Pastor diz que movimento de “supremacistas brancos” nos EUA é idolatria racial

Nos Estados Unidos, uma velha ideologia tem dado sinais de ressurgimento nos últimos dias. Se trata de pessoas que pregam uma suposta supremacia dos brancos em relação aos negros e certos povos estrangeiros, também conhecidas como “supremacistas brancos”.

Após os atentados ocorridos nos EUA na semana passada, sendo um em El Paso, cidade do Texas que faz fronteira com o México, onde 20 morreram, e outro em Dayton, cidade de Ohio, onde 9 morreram, o presidente do braço político da Convenção Batista do Sul, Rusell Moore, publicou um artigo condenando os ataques.

Moore, que é pastor evangélico, também fez duros alertas para o ressurgimento de ideologias racistas nos EUA, na forma de atos violentos, como os atentados ocorridos recentemente.

“Um documento postado por um dos terroristas é um típico manifesto nacionalista branco, adotando todos os aspectos usuais de uma ‘invasão’ de migrantes em nosso país, da ‘substituição’ de brancos por minorias”, observou o pastor em seu artigo publicado no site que leva o seu nome.

“Estamos assistindo a movimentos nacionalistas brancos em cascata em toda a Europa e no resto do mundo”, acrescenta Moore. “Temos a responsabilidade de perguntar qual é a ideologia por trás de tudo isso, e por que ela se enraíza em pessoas violentas cheias de raiva?”.

O pastor Moore explica que o movimento de “supremacistas brancos” e ultra-nacionalistas, isto é, pessoas que não toleram qualquer tipo de imigrantes em seus países, é também uma ideologia, que tem por essência a idolatria. Nesses casos, o ídolo é a raça e o sentimento em relação ao próprio país.

“O nacionalismo branco é uma manifestação de um mal antigo que nós, como cristãos, de todas as pessoas, devemos reconhecer imediatamente. O nacionalismo branco emerge do que a Bíblia chama de ‘o caminho da carne'”, destaca Moore.

“Essa é uma forma de idolatria que exalta os atributos da própria criatura, fazendo um deus sair, por exemplo, das origens ancestrais ou da cultura tribal de alguém”, completa. “Isso não é acidental ao evangelho de Jesus Cristo, mas é precisamente o que o evangelho em toda parte da Bíblia enfrenta e condena”.

O pastor Moore explica que Jesus Cristo combateu esse tipo de idolatria ao lidar com povos diferentes, levando o Evangelho para não judeus. Da mesma forma fizeram os discípulos, como o Apóstolo Paulo, que falou para gregos e romanos, que se viam superiores aos outros.

“O evangelho não apenas reconcilia indivíduos isolados de Deus, mas o evangelho também forma um novo povo que demonstra o reino de Deus por meio da derrubada das paredes carnais (Efésios 3: 1-12), de tal forma que dentro do evangélico a igreja já “não há grego e judeu, circuncidado e incircunciso, bárbaro, escravo e livre, mas Cristo é tudo e em todos (Col. 3:11)”, acrescenta Moore.

“É por isso que Jesus anunciou seu ministério ao denunciar explicitamente a ideia de que a missão de Deus é, ou sempre foi, limitada por fronteiras raciais, culturais ou tribais (Lucas 4: 24-27)”, conclui o pastor.

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